Dor nas articulações, inchaço, vermelhidão, dificuldades em se movimentar e cansaço generalizado. Esses são apenas alguns dos sintomas de quem sofre com uma das mais de 100 doenças popularmente chamadas de “reumatismo”. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças reumáticas atingem mais de 12 milhões de brasileiros no país e elas podem acometer tanto idosos quanto jovens e adultos.
No dia 30 de outubro, é celebrado o Dia Nacional da Luta Contra o Reumatismo. A conscientização sobre a doença e suas consequências é muito importante, pois torna mais fácil o diagnóstico precoce, fator decisivo para que o paciente tenha uma qualidade de vida melhor e mais longa. De acordo com a médica especialista do Hospital Lifecenter, Dra. Adriana Kakehasi, quando tratado adequadamente, o paciente pode viver sem dores e o risco de incapacidade física é minimizado.
Caso não sejam tratadas no período correto, contudo, as dores podem aumentar de intensidade e de abrangência, comprometendo outros órgãos e levando a complicações como deformidades articulares, doenças cardíacas e vasculares. “O tratamento é essencial para garantir que movimentos básicos do dia a dia sejam realizados sem dor, principalmente se a pessoa for socialmente ativa”, afirma a Dra. Kakehasi.
Ainda segundo a Dra. Kakehasi, ao queixar-se de dores nas articulações, todo paciente deve procurar um reumatologista. Buscar ajuda do especialista é essencial para evitar a evolução do quadro. “Muitas vezes os pacientes sentem dores e não procuram o médico. A doença pode progredir cada vez mais e comprometer as articulações e outros órgãos”, disse.
Tratamento pode incluir terapias integrativas
Assim como são múltiplas as doenças reumáticas, também são diversas as opções de tratamento para combater esse grupo de doenças. A indicação da melhor alternativa varia de paciente para paciente e deve ser feita, exclusivamente, pelo reumatologista. O acompanhamento médico é tão necessário quanto a adesão ao próprio tratamento.
De acordo com a Vice-Presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Mariana Peixoto, o acompanhamento é essencial, inclusive, para quem sofre de doenças reumáticas autoimunes, uma vez que as consequências de não receber a assistência adequada podem ser ainda mais severas. “Além das possíveis sequelas que podem ser desencadeadas, principalmente, nos rins, na pele e no coração, portadores de doenças reumáticas autoimunes como lúpus, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren e espondilite anquilosante são mais suscetíveis a doenças infecciosas”, disse.
Além da prescrição de medicamentos, o reumatologista pode recomendar ao paciente a adesão a terapias integrativas com foco na redução dos sintomas, principalmente as dores, e no aumento da qualidade de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, estes recursos podem figurar como tratamento complementar à medicina tradicional para uma série de agravos.
A acupuntura, por exemplo, é uma das práticas integrativas mais comuns e que pode ser encontrada, inclusive, na rede de atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS. A oferta desse e de outros tratamentos pode variar, uma vez que os estados e municípios têm autonomia, de acordo com as necessidades e demandas da população local, para escolher quais práticas integrativas vão ofertar.
Pessoas com doenças reumáticas autoimunes podem precisar, ainda, de uma atenção extra ao calendário de vacinação. De acordo com a vice-presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Mariana Peixoto, devido à vulnerabilidade do sistema de defesa das pessoas diagnosticadas com doenças reumáticas autoimunes, a prevenção por meio da vacina, especialmente das doenças infecciosas, torna-se fundamental para garantir a longevidade desses pacientes.
“É crucial que todos sejam conscientizados sobre a importância de manter em dia o calendário vacinal e que todas as pessoas que sofrem com doenças reumáticas autoimunes tenham acesso ao tratamento por meio do SUS. A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção de doenças infecciosas e, consequentemente, como medida para a redução da mortalidade desses pacientes”, reforça.
Outro importante avanço é o uso de imunossupressores para o tratamento de algumas doenças reumáticas, como a artrite psoriásica. Esse tipo de medicamento biológico é muitas vezes usado em terapias contra o câncer, para diminuir o processo inflamatório. E, para as doenças reumáticas, são indicadas dosagens menores que evitam efeitos colaterais comuns da quimioterapia.