sábado, julho 27, 2024
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Ministério da Saúde adverte: Fake News mata!

O compartilhamento de notícias falsas, as chamadas Fake News, é um dos principais desafios dos órgãos de saúde em todo o mundo. O envio de conteúdo falso relacionado à saúde supera distâncias, desafia a lógica e prejudica, sobretudo, campanhas de vacinação. De acordo com o Ministério da Saúde, em pouco mais de um ano, mais de 17 mil notícias falsas sobre saúde foram enviadas para verificação no canal de whats app criado pelo órgão para a verificação. Esse número pode ser ainda maior se considerarmos que nem todas as notícias que circularam na rede chegaram, de fato, a serem encaminhadas para o Ministério.

 

O grande problema das Fake News da saúde é que elas matam. A afirmação é do diretor de comunicação do MS, Ugo Braga, que reforça a importância da conferência do conteúdo antes do compartilhamento massivo. Segundo Braga, as notícias falsas não prejudicam diretamente as campanhas, mas reduzem a propensão do cidadão acessar os serviços de saúde ofertados, como a vacinação. “Diferentemente do que acontecia no passado, as notícias falsas não impedem que as campanhas de saúde cheguem à população. Contudo, essas notícias reduzem a propensão da população a procurar o serviço; as pessoas são alcançadas pelas campanhas, sobretudo as de vacinação e recebem a informação correta, mas, ainda assim, decidem não atender ao chamado do Ministério da Saúde”, disse.
Parafraseando o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Braga reafirma que não vacinar uma criança é um ato de negligência. Mandetta proferiu a frase no último sábado, 19, em São Paulo, durante o dia D da Mobilização Nacional contra o sarampo para crianças.

 

Na tentativa de reduzir os impactos das notícias falsas nas campanhas do Sistema Único de Saúde (SUS), O MS mantém estratégias de enfrentamento e combate às Fake News e tem investido tanto em equipe quanto em canais digitais. Atualmente o órgão conta com uma equipe de monitoramento responsável por analisar as principais notícias da pasta no meio digital, em portais de notícias e nas redes sociais. A pasta recebe, diariamente, alertas das notícias de maior destaque e relevância. Em 2017, foram recebidos mais de 2.200 alertas. Já em 2018, foram 2.293 alertas. Todos eles são analisados pela Assessoria de Comunicação e, caso necessário, é realizada uma intervenção ativa para esclarecer o posicionamento do Ministério da Saúde.

Em março de 2018, a pasta implementou um monitoramento de Fake News nas redes sociais, onde são avaliadas, diariamente, entre mais de 7 mil menções capturadas por dia, o que pode ser um foco de desinformação proposital para espalhar boatos sobre saúde. Até outubro de 2019, 80% das dúvidas respondidas eram Fake News. A pasta já tem atuado de forma a esclarecer tais mentiras, sobretudo boatos sobre vacinação, entre os principais temas.

A pasta também disponibiliza, desde agosto de 2018, um número de WhatsApp (61 99289-4640) para envio de mensagens da população com objetivo combater as Fake News sobre saúde. No canal, qualquer cidadão pode enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando.

 

Todas as Fake News desmentidas pela pasta estão disponíveis no site do MS. ( Clique aqui e acesse!)

Porque as pessoas acreditam em Fake News?

 

Você já deve ter recebido ou visto em alguma página de internet uma informação tão inescrupulosa e sem sentido que fez você duvidar não apenas do conteúdo, mas de como seria alguém capaz de acreditar naquilo. Pois bem, as notícias falsas só existem porque, primeiro, alguém as cria. E, segundo, porque alguém, por mais absurda que elas possam parecer, acredita nelas. Acredita tanto ao ponto de compartilhá-las para sua lista de contatos sem o menor constrangimento.

 

Um estudo feito na Irlanda em 2018 revelou que a circulação de notícias falsas nas mídias sociais contribui para desmobilizar campanhas de saúde porque elas têm um efeito de estimular a criação de “falsas memórias” nos usuários das redes. Mais de 3 mil voluntários participaram da pesquisa feita pelos alunos da University College Work, e que aconteceu uma semana antes do referendo sobre a legalização do aborto no país.

Segundo o relatório do estudo, quase metade dos participantes basearam suas decisões em informações de artigos falsos divulgados propositalmente para a aferição. Mesmo após serem contestados quanto à veracidade dos fatos, os mesmos voluntários preferiram continuar com suas convicções á colocarem as raízes de suas opiniões em cheque. Em entrevista à BBC News, um dos alunos do grupo pesquisador afirmou porque se desfazer dessas memórias era algo tão complicado. “A memória é um processo reconstrutivo e somos vulneráveis ​​a sugestões que distorcem nossas lembranças, sem nossa consciência”, disse Gillian Murphy.

 

No caso de Fake News na saúde, aqui no Brasil, Ugo Braga afirma que a origem desse conteúdo pode ser atribuída em parte ao movimento anti-vacina, e em parte à má-fé de algumas pessoas que acreditam que a vacinação é uma máquina usada pelo poder público para controlar o crescimento populacional. “Na primeira teoria, essas pessoas acreditam que o corpo humano bem nutrido é capaz, sozinho, de combater as doenças infecciosas, o que é chamado por eles de vacina natural. Já na segunda tese, as notícias falsas aparecem fundamentadas em crendices populares de que o Estado usaria a vacinação como um instrumento de controle e extermínio em massa da população”, diz.

 

O conto do vigário 4.0: O que fazer para não cair em Fake News

 

Para Braga, uma espiada rápida mais criteriosa nas mensagens anti-vacina é suficiente para detectar que se trata de uma informação falsa. A mais popular delas, segundo o diretor de comunicação do MS, é de que vacinas são responsáveis pelo autismo. A notícia já foi desmentida por diversas vezes e mesmo assim retorna às redes, sendo compartilhada em diferentes canais.

A única saída, segundo o diretor de comunicação do MS, é o esclarecimento da população quanto à veracidade do conteúdo em circulação nas redes. Segundo Ugo Braga, é preciso conscientizar a população de que notícia falsa em saúde pode impedir que uma pessoa receba o tratamento essencial, o que pode resultar em morte.

 

“Notícia falsa em saúde mata! Diferentemente de uma notícia falsa de uma celebridade, que prejudica somente essas pessoas-alvo, as notícias falsas da saúde podem prejudicar um grande número de pessoas e resultar na morte delas. A população precisa estar consciente quanto a isso e, diante de uma notícia minimamente esquisita sobre saúde, pegar o telefone, mandar uma mensagem para o whats app do Ministério da Saúde e verificar a veracidade da informação”, reforça. Todas as notícias recebidas são encaminhadas para a área técnica e respondidas pelos médicos do MS. Verdadeira ou falsa, a notícia recebe um selo e é devolvida para quem a enviou, além de ser publicada no site do Ministério.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais preparou um pequeno guia para ajudar a descobrir se uma informação é fakenews. Veja abaixo:

 

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