domingo, dezembro 1, 2024
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Síndrome Antifosfolípide pode ser causa de abortos por trombose

Não é fácil encontrar uma explicação para abortamentos de repetição (três ou mais episódios consecutivos em gestações de até 10 semanas) ou mortes fetais acima de 10 semanas, de fetos morfologicamente normais. Ou, ainda, para complicações vasculares na placenta, que levam a partos prematuros com menos de 34 semanas. Tais manifestações clínicas, tendo ou não formações de coágulos, devem ser investigadas, considerando a possibilidade de uma doença reumática denominada Síndrome Antifosfolípide (SAF) ou Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAAF).

A SAAF é um distúrbio na coagulação sanguínea, que causa trombose (oclusão de veias ou artérias) e pode trazer complicações na gravidez como abortos repetitivos, pressão alta e prematuridade. Ela ocorre devido à produção de anticorpos contra proteínas do próprio corpo – os anticorpos antifosfolipides. “É uma complicação rara, mas que precisa ser investigada nessas três manifestações clínicas”, destaca o médico hematologista, patologista clínico e CEO do Laboratório São Paulo, Daniel Dias Ribeiro.

Segundo o especialista, o estudo laboratorial é feito quando há pelo menos uma das três complicações gestacionais citadas ou quando há um evento tromboembólico. Nesses casos, são realizados então três exames que identificam a presença do anticorpos antifosfolípides (aPL). São eles:  Anticoagulante lúpico, Anticardiolipina e Anti-beta-2-glicoproteína I. “Para considerar como diagnóstico, tem que ter obrigatoriamente uma dessas manifestações clínicas e um desses exames positivos em duas dosagens, com intervalo de 12 semanas entre elas, uma vez que pode haver variações por motivos como uma infecção, por exemplo”, explica o médico.

Daniel alerta que a gestação é um período naturalmente de maior risco de trombose. Quando uma gestante tem SAAF, esse risco é aumentado. No entanto, o tratamento com anticoagulantes como o ácido acetilsalicílico (AS ou Aspirina®) e a heparina são muito eficientes. “Com o tratamento, saltamos de uma chance de 15% de sucesso na gravidez para uma chance de 95%”, frisa o médico.

A maioria dos convênios cobre os dois primeiros exames, porém o anti-beta-2-glicoproteína I ainda não consta no rol da ANS, o que dificulta a cobertura pelos planos de saúde. O valor do teste pode variar de R$ 350 a R$500, aproximadamente.

O resultado do exame Anticoagulante Lúpico é positivo ou negativo para a presença do anticorpo antifosfolípide. Já os outros dois podem dosar a quantidade do anticorpo – o que mostra a elevação do risco de trombose. O de Anticoagulante lúpico é considerado um exame extremamente complexo e exige do laboratório uma série de cuidados e processos para a obtenção do resultado. Em Minas Gerais, o Laboratório São Paulo é um que se se estruturou para realizar o exame com todas as recomendações exigidas e oferecer aos médicos e pacientes as informações corretas.

Outras manifestações – Além de ser uma das causas de aborto recorrente, a SAAF também é uma das principais responsáveis por acidente vascular cerebral (AVC) em jovens. Estima-se que 1 em cada 5 pessoas que tiveram um AVC antes dos 40 anos pode ter SAAF. A síndrome pode acometer pessoas de qualquer idade, sendo mais comum entre adultos de 20 a 50 anos. Pode, ainda, estar associada a outras doenças reumatológicas, como o lúpus.

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