sábado, julho 27, 2024
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Mal de Alzheimer: sintomas iniciais passam despercebidos

Informação, hábitos saudáveis e diagnóstico precoce. Aliados, esses três fatores podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de Alzheimer. Nes te mês, a enfermidade ganha destaque com o Fevereiro Roxo, que alerta contra Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia. Essas doenças não têm cura, mas têm tratamento.
Presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, o neurologista Drusus Pérez Marques reforça que, no caso do Alzheimer, o tratamento busca principalmente melhorar a qualidade de vida do paciente e, consequentemente, da família. Nesse sentido, um dos principais alertas é para a prevenção. Ele explica que todas as medidas tomadas para se evitar as doenças vasculares, como atividades físicas regulares e alimentação saudável, também ajudam a proteger contra o Alzheimer.
De acordo com o médico, essas atitudes podem protelar ou evitar o aparecimento da doença. Além disso, mesmo com a enfermidade já estabelecida, podem melhorar a qualidade de vida do paciente. “É uma enfermidade com uma realidade dura. Alguns pacientes vão desenvolver depressão, devido à perda da autonomia. Há ainda perda da memória e irritabilidade”, diz o neurologista. Para esses sintomas, a parte medicamentosa é uma importante aliada dos médicos. “O paciente pode, por exemplo, esquecer onde colocou uma certa quantidade de dinheiro. E fica irritado com isso. Pode até acusar um parente ou funcionário pelo suposto sumiço. São situações que acontecem”, exemplifica.
Professora do curso de Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) e membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), Thaís Bento Lima da Silva reforça que o tratamento do Alzheimer não é curativo, mas sintomático, ou seja, trata os sintomas. Ela ressalta a importância da prevenção. “Hábitos de vida saudáveis integrados, como cuidados nutricionais, atividade física e exercícios cognitivos, podem evitar ou retardar o aparecimento da doença”, diz.
Segundo Thaís Bento, um dos problemas é a demora das famílias em procurar apoio médico para o paciente. Os familiares ainda não conseguem diferenciar adequadamente o envelhecimento normal do patológico, o que leva a uma procura tardia pelo tratamento. “Normalmente, os familiares buscam o serviço quando a doença está numa fase intermediária, quando o paciente já apresenta alterações de comportamento, dificuldades cognitivas. Muitas vezes a fase inicial passa despercebida”, diz.
O aparecimento do Alzheimer pode estar ligado a características genéticas, sendo que entre os fatores de risco estão as doenças vasculares, diabetes, hipertensão, tabagismo e sedentarismo. “Evidências científicas mostram que, com hábitos saudáveis, o indivíduo mantém-se autônomo e independente por maior tempo. Com a cognição preservada, ele tem autonomia para gerenciar a sua vida”, completa a especialista em gerontologia.

 

E, para melhorar o tratamento, há ainda uma receita básica: informação. “É preciso falar sobre as demências”, afirma a gerontóloga. Ela aponta que, no ano passado, a Associação Internacional de Alzheimer divulgou pesquisa feita com cerca de 70 mil pessoas mostrando que, entre quatro entrevistados, três disseram que, em seus países, não se fala sobre as demências. “É preciso quebrar estigmas”, completa.

 


ALZHEIMER

O QUE É

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. (Fonte: ABRAz)

 

SINAIS DE ALERTA
– Esquecimento frequente. A pessoa passa a não se lembrar onde guardou os óculos ou as chaves, por exemplo. Esquece datas importantes, como o aniversário dos filhos. Não lembra-se de pagar as contas. Em casos extremos, pode não se lembrar de como volta para casa. A pessoa pode não lembrar os ingredientes de determinada receita rotineira ou esquecer a panela no fogo.

– Dificuldades cognitivas que atrapalhem tarefas rotineiras.

– Não terminar tarefas iniciadas.

– Mudanças nas relações sociais, com comportamento diferente do que sempre foi.

– Pode ser que o próprio paciente note essas diferenças e que a família confirme as alterações. Em outros casos, o paciente não se dá conta das mudanças.

– Desorientação temporal e espacial.

– Comprometimento do julgamento e tomada de decisões. O indivíduo pode cair com facilidade em golpes ou falar em público algo que não falaria.

 

PREVENÇÃO
– Atividades física e mental regulares ajudam a proteger contra o aparecimento do Alzheimer.

– Qualquer atividade física ajuda na prevenção, principalmente as mais complexas, como aulas de dança, que podem exigir uma marcação.

– Aprender algo novo é recomendável. “Se a pessoa é costureira e resolve aprender inglês, isso irá protegê-la. Mas se resolve aumentar a carga de trabalho com costura, não aumentará a proteção. Da mesma forma, se a pessoa é professora de inglês e resolve aprender a costurar, também será protegido”, explica o neurologista Drusus Pérez Marques.

– Evitar que os idosos fiquem em isolamento social.

– Estimular que saiam de casa para atividades e interação com outras pessoas.

– Estímulo cognitivo.

– Alimentação saudável.

– Melhorar o sono e reduzir o estresse.

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