sábado, julho 27, 2024
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Testes para o diagnóstico de Aids: entenda a diferença

Caso o resultado positivo seja confirmado, abrem-se a possibilidade de tratamento e a de proteger os parceiros e a família. Uma vez iniciado o tratamento, serão realizados outros exames de laboratório para o estudo da carga viral do paciente, a quantidade de vírus no sangue. Assim, pode-se ter certeza de que o tratamento é eficaz e está sendo capaz de interromper a transmissão da doença.

 

Atualmente, existem diferentes métodos laboratoriais para diagnosticar a Aids. Um deles é o teste que utiliza o fluido da mucosa oral, a saliva, o chamado autoteste. O resultado fica evidente em 30 minutos e pode ser interpretado pelo próprio autor do teste. O outro tipo de exame rápido é feito em unidades públicas especializadas. Para fazê-lo, é coletada uma gota de sangue retirada no dedo da pessoa, de forma semelhante a um exame de glicemia. O exame fica pronto em uma hora, mas a entrega do resultado para o paciente depende da rotina serviço de saúde. Ambos os testes são planejados para serem muito sensíveis e são considerados ‘testes de triagem’, ou seja, caso o resultado seja positivo, necessitam de confirmação laboratorial.

 

“Considero muito importante que todos conheçam um pouco sobre como funciona o diagnóstico laboratorial para a infecção por HIV, para que passem a se submeter a estes testes de maneira rotineira e tranquila”, diz a doutora Luisane Vieira, médica patologista clínica e diretora técnica do Laboratório Lustosa.

 

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) definiu como tema da campanha deste ano do Dia Mundial de Luta contra a doença, neste dia 1º de dezembro, “Viva a vida positivamente. Conheça seu estado sorológico para o HIV”. A escolha tem um motivo: uma em cada quatro pessoas com o HIV não sabe que possui a infecção. Em uma época em que é possível viver com o HIV, desde que o diagnóstico seja feito precocemente e o tratamento de forma correta, é muito importante que todas as pessoas tenham certeza que estão ou não infectadas.

 

“Se houver a indicação para HIV, é muito importante procurar dar continuidade à investigação, sem apavoramento. Há exames de laboratório muito mais específicos, realizados no sangue, que poderão, ou não, confirmar o resultado da triagem. Essa situação não significa que o teste de triagem esteja “errado”, mas apenas que seu resultado não deve ser considerado definitivo”, diz Luisane.

 

A diretora do Laboratório Lustosa frisa ainda a importância dos testes rápidos como porta de acesso das pessoas à rede de assistência e lembra que os exames, sejam eles de qual tipo forem, devem ser feitos periodicamente por todas as pessoas com vida sexual ativa. “Hoje se recomenda, inclusive, que pessoas com idades entre 15 e 65 anos realizem rotineiramente a sorologia para HIV, tendo ou não os sintomas da doença ou aquilo que se chamava, até há alguns anos, de ‘comportamento de risco’”, conclui a médica patologista clínica.

 

O Brasil possui uma das melhores políticas de prevenção e tratamento da Aids no mundo. Uma das principais ferramentas dessa política é a disponibilidade do chamado teste rápido na rede pública de saúde. E neste ano de 2018, o Ministério da Saúde acaba de anunciar um projeto piloto para disponibilizar também o autoteste usando saliva, partir de 2019. Neste caso, a própria pessoa consegue fazer o teste por si própria.

 

“Cerca de 92% dos brasileiros diagnosticados precocemente e tratados corretamente atingem níveis‘indetectáveis’ do vírus por meio do exame de sangue para carga viral. A pessoa nesse estado há pelo menos seis meses e com boa adesão ao tratamento, tem o risco de transmitir o vírus por via sexual reduzido a um nível insignificante e também consegue manter uma boa qualidade de vida sem manifestar os sintomas da Aids”, ressalta Luisane.

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