sexta-feira, outubro 11, 2024
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BH tem clima de quase deserto e casos de olho seco podem aumentar

Belo Horizonte registrou, nesta quinta-feira (12), o dia mais quente do ano, com 35,4ºC, e a umidade relativa do ar ficou em torno de 14%, segundo a Defesa Civil. Esse índice é próximo a de climas de deserto, onde são registrados 10% ou menos. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade abaixo de 30% já é considerada como estado de atenção, mas o ideal é que a umidade esteja acima de 60%.

 

Com isso, nosso olho sofre e resseca. O clima seco facilita a evaporação da lágrima, principalmente quando se trabalha diante do computador por muitas horas, o que reduz o número de piscadas e a renovação da lágrima. A diminuição da quantidade de lágrima ou alteração de sua composição causam a Síndrome do Olho Seco.

 

As lágrimas são muito importantes para a saúde ocular. Lubrificam, lavam impurezas, fornecem oxigênio e nutrientes, possuem substância (enzimas e anticorpos) que atuam na defesa contra infecções. A causa de olho seco nem sempre é clara, mas parece haver um desequilíbrio entre a produção da lágrima e sua drenagem. O filme lacrimal é constituído de uma camada de muco (junto à córnea), uma intermediária de água e uma superficial de gordura.

De acordo com especialistas do Instituto de Olhos de Belo Horizonte, os sintomas de olho seco incluem desconforto ocular (principalmente após assistir TV, ler, costurar, usar computador, sensação de areia, prurido, lacrimejamento (reflexo) excessivo e vermelhidão.

 

As causas da diminuição de produção de lágrima podem estar relacionadas também com a idade (principalmente nas mulheres, após a menopausa), artrite reumatóide e outras doenças auto – imunes como lupus, rosácea e síndrome de Sjögren (boca seca, olho seco, artrite), medicamentos (antidepressivos, anti – histamínicos, etc) e após cirurgias refrativas, temporariamente.

O diagnóstico é feito pela avaliação clínica no exame biomicroscópico e auxiliado por testes específicos como o teste de Schirmer, teste de rosa bengala, tempo de ruptura do filme lacrimal com fluoresceína. Eventualmente pode-se proceder a uma análise laboratorial da lágrima.

O tratamento vai depender da gravidade. Na maioria dos casos, são prescritos colírios umidificantes (lágrimas artificiais). Se o tratamento se estende por muito tempo, muitos oftalmologistas recomendam o uso de colírios sem conservantes. O uso de umidificadores de ambiente parecem ser úteis para alguns pacientes.

 

Nos casos de maior gravidade pode-se tentar a ciclosporina tópica, com a supervisão do médico. A oclusão dos pontos lacrimais (por onde se inicia a drenagem da lágrima para o nariz), que pode ser feita com “plugs” de silicone, pode trazer conforto para muitos pacientes.

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