sexta-feira, julho 26, 2024
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Níveis elevados de colesterol podem desencadear infarto e AVC em crianças e adolescentes

Crianças e adolescentes brasileiros vêm apresentando elevadas taxas de colesterol. O problema, geralmente associado aos adultos, também aumenta o risco de meninos e meninas sofrerem um infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), além de diabetes e pressão alta. Uma revisão de estudos da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada em março, mostrou que a situação é cada vez mais preocupante.

 

De acordo com os dados, coletados numa amostra de 62.500 voluntários, de todas as regiões do Brasil, 1⁄4 ou 27,4% das crianças e adolescentes do país têm colesterol alto, segundo parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Outras 19,2% apresentaram alterações no LDL (colesterol ruim). Para João Campos, Coordenador Regional de Produção do Laboratório Lustosa, marca que pertence à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, por trás desses números está um outro grave problema de saúde pública, recorrente também em crianças e adolescentes: a obesidade.

 

O Ministério da Saúde estima que, atualmente, 7,2 milhões de crianças e adolescentes no Brasil estejam obesas. Os números são corroborados pelo relatório de 2023 do Atlas Mundial da Saúde. Segundo o documento, até 2035, 18% das meninas e 33% dos meninos brasileiros serão obesos. “São projeções muito graves, uma vez que, na infância e na adolescência, a principal causa de colesterol alto se deve ao excesso de peso ou à obesidade, que são, na maioria das vezes, frutos de uma alimentação rica em gorduras, ultraprocessados e açúcares, associada ao sedentarismo”, observa.

 

Para ter mais controle das taxas de colesterol, João Campos destaca que é necessário que crianças e adolescentes façam exames laboratoriais de rotina, como o que avalia o Perfil Lipídico, que mede as taxas de colesterol no sangue, como o LDL (Colesterol Ruim), o HDL (colesterol bom) e VLDL (colesterol total). “Recentes consensos médicos sugerem que a primeira dosagem de colesterol seja feita, em todas as crianças, entre nove e 11 anos de idade. Crianças obesas entre dois e oito anos, com diagnóstico de diabetes ou que tenham histórico de doença cardíaca ou colesterol alto na família, devem ter os níveis lipídicos dosados mais precocemente”, explica.

 

Além desses exames, que permitem que o problema seja diagnosticado precocemente, é importante investir em ações preventivas e de controle da obesidade e promoção da saúde no público infanto-juvenil. “Precisamos ensinar às nossas crianças e adolescentes a criarem o hábito de consumirem uma dieta balanceada, rica em verduras, legumes e frutas. Importante também incentivá-los a praticarem atividades físicas e esportes. Essas ações, aliadas aos cuidados também com a saúde mental, são essenciais para a redução do peso corporal, o que impacta nos níveis de colesterol”, pontua.

 

João Campos afirma, entretanto, que algumas crianças e adolescentes terão colesterol alto mesmo seguindo uma dieta saudável e sem excesso de peso. Esse achado pode apontar para alterações genéticas do metabolismo das gorduras, como a “Hipercolesterolemia Familiar”, a mais frequente entre elas. “Nesse caso, é possível que na história da família haja relatos de pessoas jovens e aparentemente saudáveis que sofreram um infarto fulminante. Com o avanço dos exames genéticos, por meio de análise de genes específicos ou painéis multigênicos, hoje em dia é possível estudarmos uma família e excluirmos a possibilidade de fatores de risco genéticos com grande segurança”, afirma.

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o colesterol é um tipo de gordura que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração, sendo fundamental para o funcionamento destas células. Diferenciado entre os tipos LDL, HDL , VLDL , o colesterol é perigoso para a saúde quando em níveis elevados.  O LDL, por exemplo, se acumula na parede interna das artérias e gradualmente vai formando placas de gorduras (chamadas ateromas). Os ateromas vão obstruindo gradualmente as artérias, dificultando a passagem do sangue, e podem provocar infartos e AVCs.

 

Conforme o Ministério da Saúde, para baixar as taxas do LDL, ou  colesterol ruim, é preciso adotar um novo estilo de vida, com a prática de atividades físicas e uma alimentação saudável. Há casos, no entanto, que isso não basta e é necessário tomar medicamentos, conforme prescrição médica, para controlar os níveis do LDL. Já para aumentar os níveis do HDL, ou colesterol bom, as recomendações são parecidas. Praticar atividades físicas com alta intensidade, alimentação balanceada, com ingestão de abacate, nozes, soja, aveia, frutas e legumes, e ainda, perder peso para quem está com uns quilos a mais na balança.

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