Uma bactéria comum no organismo da mulher pode ser fatal para o bebê, caso não seja identificada durante a gravidez. O estreptococo do grupo B habita normalmente o trato gastrointestinal da mulher, mas a transmissão na hora do parto deixa o recém-nascido susceptível ao desenvolvimento de meningite, pneumonia e infecção de corrente sanguínea.
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Departamento de Medicina Tropical e Higiene da Escola de Medicina de Londres, em 2017, estima-se que uma em cada cinco gestantes carrega a bactéria Streptococcus agalactiae, o que representa um universo de mais de 20 milhões de gestantes. O estudo aponta, ainda, que a infecção pela bactéria está relacionada a pelo menos 147 mil mortes fetais ocorridas nos primeiros dias de vida.
Apesar de grave para o bebê, o exame e o tratamento são simples – o que poderia evitar milhares de mortes em todo o mundo. O teste é minimamente invasivo e consiste em colher, com a ajuda de um cotonete, uma amostra da secreção vaginal e também anal da gestante. O resultado sai entre 3 a 4 dias e, caso positivo, basta que seja administrado o antimicrobiano durante o trabalho de parto, para reduzir o risco de infecção.
Uma gestante com teste positivo para Streptococcus do Grupo B e que recebeu antimicrobiano durante o trabalho de parto tem uma chance em 4.000 de ter um bebê com a doença. Mas, se uma gestante com teste positivo para Streptococcus do grupo B não receber antimicrobianos no momento do parto, o seu filho tem uma chance em 200 de desenvolver a doença. Isso significa uma chance de adquirir a doença 20 vezes maior.
E fique atenta ao prazo! O teste deve ser realizado entre a 35ª e a 37ª semana de gravidez. No caso de gestação gemelar, a análise é indicada a partir da 32ª semana.
* Hyllo Baeta é microbiologista do Laboratório Lustosa