sexta-feira, julho 26, 2024
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Biópsia líquida pode detectar a evolução do câncer de pulmão

O câncer de pulmão é um dos mais agressivos tipos de câncer e o 5º mais incidente no Brasil. No triênio 2023-2025, o país deve registrar 32 mil novos casos da doença, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Um novo exame genético, feito a partir de uma coleta de sangue comum, tem revolucionado a forma como os profissionais da Oncologia têm acesso às informações do tumor: a biopsia líquida.

Realizada a partir de uma coleta de sangue comum, a biópsia líquida é uma técnica não invasiva que pode detectar a eficácia de tratamentos, a possibilidade de recidiva e ou metástase do câncer no pulmão. De acordo com o médico especialista em anatomia patológica Nei Soares de Menezes, do São Marcos – Saúde e Medicina Diagnóstica, o exame consegue identificar a presença de células tumorais circulantes e de fragmentos de DNA do câncer. “Coletas seriadas de um simples exame de sangue do paciente podem detectar o reaparecimento do tumor ou uma metástase antes da identificação através de exames por imagem. Isso faz toda a diferença no acompanhamento da possível evolução da doença, permitindo intervenções precoces”, explica.

Nei ressalta que, com o exame, é possível avaliar os biomarcadores moleculares específicos de um determinado tipo de tumor, o que ajuda a monitorá-lo. “Quando o câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) é diagnosticado, a investigação de uma série de marcadores está indicada, podendo incluir a pesquisa de mutações em genes como EGFR, ALK, ROS1 e BRAF, além da expressão de PD-L1. Os benefícios dessas investigações são as opções terapêuticas disponíveis, com medicamentos como inibidores de receptores tirosina-quinase (nos casos do EGFR, ALK e ROS1) ou a imunoterapia (no caso do PD-L1)”, explica.

Isso faz também com que seja possível direcionar os pacientes para tratamentos mais adequados. “Nos casos sem resposta ao tratamento inicial, nos quais uma nova biópsia ou uma punção estariam indicados para a investigação de mutações do EGFR, a biópsia líquida seria uma alternativa, buscando encontrar mutações que explicam a resistência ao tratamento e que possam ajudar o oncologista a direcionar melhor o tratamento do paciente”, complementa.

O médico destaca ainda que biópsia líquida não substitui a biópsia tradicional, mas pode complementá-la, em especial nos casos em que o material colhido no primeiro tipo não foi suficiente ou a amostra não foi de boa qualidade. “Outra vantagem é a possibilidade de detectar mutações que não foram encontradas no estudo da biópsia tumoral em função da heterogeneidade tumoral”, acrescenta.

A técnica, cada vez mais utilizada na rotina da investigação oncológica, é indicada principalmente para casos de câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC), sendo o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma os principais subtipos histológicos.

 

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