quinta-feira, novembro 21, 2024
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A evolução da terceira via no setor de Saúde

De acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), os planos de saúde fecharam 2022 com um aumento de 3,1% no número de beneficiários, atingindo a marca de mais de 50 milhões de usuários. Ainda assim, um estudo da EY-Parthenon, realizado com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde, apontou que 81% dos brasileiros afirmam que o alto custo dos planos de saúde é uma dificuldade na contratação do serviço, ao mesmo tempo em que, segundo AMB (Associação Médica Brasileira), 88% dos médicos relataram que seus pacientes já abandonaram tratamentos e acompanhamento médico por conta dos reajustes na mensalidade.

Por outro lado, a saúde pública enfrenta dificuldades para reduzir suas filas de atendimento, uma vez que, de acordo com o IBGE, 70% da população brasileira depende de seus serviços. Como resultado disso, os beneficiários dos planos de saúde estão migrando para planos mais simples, com redução de tíquete médio de 4,9% entre 2021 e 2022. 

Somando a isso o fato de que, de acordo com outro estudo realizado pelo Instituto Datafolha, 94% das pessoas que não têm plano de saúde pagariam pelo benefício se pudessem, os consumidores estão buscando alternativas mais acessíveis. As healthtechs o uma dessas alternativas. Elas estão ganhando força como uma terceira via de acesso à saúde, que chamamos de a “nova saúde complementar”, para levar um atendimento de qualidade e com soluções tecnológicas para gerar a melhor experiência para o paciente por preços menores. 

E essa é uma realidade em curso não apenas no Brasil. A Amazon entendeu a necessidade de se criar essa via alternativa. Em julho de 2022, a companhia anunciou a compra da One Medical, empresa de atenção primária à saúde, por nada mais e nada menos que U$ 3,9 bilhões. O motivo da compra, de acordo com Neil Lindsay, vice-presidente sênior da Amazon Health Services, é que “a saúde está no topo da lista de experiências que precisam de reinvenção”.

Mas todas as empresas, não somente as healthtechs, precisam dar mais atenção à saúde da população, uma vez que problemas complexos, como saúde e insegurança alimentar, devem mobilizar todas as frentes: sociedade civil, organizações sem fins lucrativos, governo e, claro, empresas privadas. Afinal, “assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades” é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

E como as empresas podem contribuir com esse objetivo? Primeiro, garantindo que seus colaboradores, os familiares deles e parceiros tenham acesso à saúde de qualidade. Segundo, se envolvendo em ações de impacto social por meio de parcerias com organizações sem fins lucrativos. Essas duas iniciativas não apenas contribuem para aumentar o volume de pessoas com acesso primário à saúde, mas também fortalecem a agenda ESG das organizações envolvidas, com destaque para o “S” da sigla, a produtividade de suas equipes e, consequentemente, seu resultado financeiro. 

Investir em saúde é investir no presente e no futuro. As empresas, juntamente com as organizações sem fins lucrativos e o governo, têm o poder de impactar vidas e impulsionar o desenvolvimento econômico e social de uma nação.

 

Homem sentado em mesa de madeira

Descrição gerada automaticamente

* Rubem Ariano é fundador e CEO do Instituto Horas da Vida, instituição sem fins lucrativos, que promove inclusão social e acesso gratuito à saúde para pessoas em situação de vulnerabilidade social, e da healthtech Filóo Saúde, marketplace que possibilita acesso à saúde de qualidade com preços acessíveis.

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