A enxaqueca é uma das doenças mais incapacitantes, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), afetando pessoas entre 25 e 45 anos, sendo que, entre mulheres, o problema chega a até 25%, mais que o dobro da prevalência masculina, segundo o Ministério da Saúde. As crises de enxaqueca vão além de um simples desconforto, comprometendo a qualidade de vida de quem precisa conviver com o problema. Cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem com a enxaqueca, conforme a Sociedade Brasileira de Cefaleia. O tratamento cirúrgico ganha espaço no Brasil, como alternativa para eliminar ou amenizar a doença.
De acordo com o cirurgião plástico do Hospital Madre Teresa e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Pedro Nery Bersan, a maior parte das crises de enxaqueca é desencadeada pela compressão e irritação da inervação facial e liberação de neurotoxinas mediadoras de dor, principalmente de um nervo craniano chamado Trigêmeo. Vários pontos na face funcionam como gatilhos para a dor de cabeça, principalmente na região da testa (frontal), lateral da cabeça (temporal), nuca (occipital) e atrás dos olhos e nariz (cefaleia rinogênica) e a cirurgia plástica pode auxiliar no tratamento e até na eliminação da enxaqueta.
”A cirurgia é indicada para pessoas que não apresentam resposta adequada aos tratamentos medicamentosos. O procedimento é minimamente invasivo, logo embaixo da pele, proporcionando resultados eficientes”, explica. Segundo o médico, a técnica de descompressão nervosa foi desenvolvida pelo cirurgião plástico Bahman Guyuron, em Cleveland, nos EUA, em 2000.