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Epidemia de sífilis no Brasil acende alerta sobre prevenção

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Em 2017 foi instituído que o terceiro sábado do mês de outubro passaria a ser o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. Essa medida visa conscientizar as pessoas e estimular políticas públicas para o combate a esta doença, que expõe um grave quadro de epidemia no país. A queda no uso dos preservativos, principalmente no público jovem, é apontada como a maior causa para este aumento da incidência nos últimos anos. Além disso, o não tratamento dos parceiros, assim como a baixa adesão às consultas do pré-natal são fatores contribuintes.

 

De acordo com o Ministério da Saúde, a sífilis adquirida teve sua notificação compulsória implantada no Brasil em 2010, tendo sua taxa de detecção aumentada de 2 casos por 100 mil habitantes naquele ano para 42,5 casos por 100 mil habitantes em 2016. Somente de 2015 para 2016, houve um aumento de 27,9% dos casos de sífilis adquirida em adultos. Neste mesmo ano, a sífilis congênita apresentou uma taxa de incidência de 6,8 casos por mil nascidos vivos.
Também chamada de Lues ou, popularmente, cancro duro, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Sua principal forma de transmissão se dá pelo contato sexual desprotegido. Também pode ser adquirida mais raramente pelo contato com sangue contaminado como nas transfusões sanguíneas.

 

Há ainda, a transmissão de mãe para filho através da gestação ou parto, levando à sífilis congênita. Segundo a médica patologista clínica do Laboratório Lustosa, Ana Maria Sales Bueno, esta forma da doença é considerada muito grave, podendo evoluir desde uma infecção não aparente ao nascimento até casos graves de malformações fetais ou até mesmo, abortamento ou óbito neonatal.

 

“A doença pode se apresentar em diversas formas clínicas e, se não tratada adequadamente, pode evoluir em quatro estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária. O diagnóstico, porém, é facilmente feito com testes sorológicos sanguíneos de baixo custo. Seu tratamento também é simples, com antibióticos, em especial, a penicilina benzatina”, explica a médica.

 

Não existe vacina contra a sífilis e sua infecção não confere imunidade protetora, ou seja, a pessoa pode se contaminar novamente a cada vez que tiver contato com a bactéria. A boa notícia, porém, é que tanto os testes para diagnóstico como o tratamento estão disponíveis na rede pública.


Entenda as fases da doença

O primeiro estágio (sífilis primária) caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão geralmente única (cancro duro) no local de entrada da bactéria. Essa lesão costuma ser indolor e, principalmente nas mulheres, pode se passar despercebida caso se situe mais internamente no canal vaginal ou no colo do útero. Surge em média 21 dias após o contágio e desaparece de forma espontânea após duas a seis semanas independentemente do tratamento.

O segundo estágio (sífilis secundária) caracteriza-se pelo surgimento de manchas principalmente nas palmas das mãos e pés, que podem ser facilmente confundidas com processos alérgicos e, assim como a lesão inicial, desaparecem de forma espontânea em poucas semanas, independentemente do tratamento.

 

O terceiro estágio (sífilis latente) é assintomático, sendo seu diagnóstico realizado por testes sorológicos. Nessa fase, diminui muito o risco de transmissão da infecção.

Por fim, a doença evolui para o último estágio (sífilis terciária), que pode surgir décadas após o início da infecção, levando a graves lesões cutâneas, ósseas, neurológicas e cardíacas, que podem levar a um quadro de demência ou até mesmo à morte do paciente.

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