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Oásis no meio do concreto: BH tem 56 espaços públicos destinados à agricultura urbana

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Dia de colheita na Horta Comunitária Vila Pinho

Depois de trabalhar como pedreiro, borracheiro e garçom, Dionízio Dias Garcia, 60, não quer mais saber de outra coisa, a não ser cuidar da horta e de algumas dezenas de árvores frutíferas em um terreno cedido pela Prefeitura de Belo Horizonte na região do Barreiro, ao lado da Estação Diamante. “Minha esposa e eu produzimos 97 espécies de plantas e fornecemos para vários locais, como o banco de alimentos da prefeitura, escolas municipais, feiras e empórios”, conta satisfeito.

Dionízio faz parte da Horta Comunitária Vila Pinho e está na feira da rua Goiás (atrás da Prefeitura de Belo Horizonte) toda quinta-feira, entre 9h e 15h, com sua produção orgânica. Ele diz que o trabalho é grande, mas compensador. Com a sua colheita, ele consegue sustentar a família e viver uma vida digna, ao lado de outros produtores com quem divide o espaço.

A agricultura urbana, que transformou a vida de Dionízio, tem ganhado cada vez mais importância dentro das cidades, tendo um papel fundamental na recuperação do solo, na proteção das nascentes e na melhoraria do microclima nos grandes centros urbanos. Durante o 3º Seminário Internacional de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte, realizado entre os dias 25 e 27 de outubro, este foi um dos temas mais debatidos.

Vista como alternativa para promover uma alimentação mais saudável, gerar renda e diminuir os impactos ambientais com o transporte, a agricultura urbana e o consumo local ainda contribuem para fortalecer laços comunitários e possibilita uma reconexão do homem com a natureza, o que é essencial para a saúde física e mental.

Em Belo Horizonte, já são 56 espaços públicos destinados à agricultura urbana, com 300 famílias diretamente beneficiadas. As unidades produtivas podem ser constituídas por diversos tipos de cultivos, chamados de Sistemas Agroecológicos, tais como: hortaliças, frutíferas, sistemas agroflorestais, plantas medicinais, aromáticas, condimentares, PANCs, flores, compostagem, criação de animais, entre outros.

Imagem do Google Earth

 

Como ser um agricultor urbano

Uma vez por ano, a Prefeitura abre consultas públicas para identificação de espaços ociosos na cidade, que podem ser utilizados como hortas e pomares. Neste ano, 11 áreas foram identificadas e 10 delas estão em processo de construção social e formação técnica do grupo para, então, entrarem na fase efetiva de plantio.

 As famílias que desejam participar devem fazer o credenciamento pelo site da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SUSAN), que lança periodicamente editais de convocação para que grupos manifestem interesse na ocupação dos espaços identificados. Para ingressar em um grupo, é necessário preencher o formulário de inscrição individual, sendo pré-requisito que o(a) interessado(a) esteja inscrito no CadÚnico. Para a inscrição coletiva, é pré-requisito que, no mínimo, ⅔ dos integrantes do grupo, de famílias diferentes, estejam inscritos no CadÚnico.

 

Foto: Divulgação PBH

 

Parte dos produtores realiza a produção para consumo próprio e, outra parte, comercializa o excedente de produção na própria comunidade do entorno ou em Feiras, levando alimentos mais saudáveis. Os agricultores urbanos recebem capacitação técnica e insumos como sementes, mudas, água e energia.

A seleção depende sempre do número de famílias ou pessoas cadastradas e do espaço disponível para a produção de alimentos. Segundo informou a assessoria de imprensa da PBH, todas as pessoas credenciadas e que estavam dentro dos critérios foram convidadas a atuarem como agricultoras.

 

Veja mais sobre o impacto da vegetação no microclima aqui.

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