quinta-feira, novembro 21, 2024
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Saúde mental e pandemia

As pandemias podem provocar pânico generalizado na população. O surto de H1N1 que aconteceu em abril de 2009 foi um exemplo, e agora o novo coronavírus (chamado de Sars-Cov-2) também está causando extrema preocupação. O problema se agrava, uma vez que não há conhecimento total sobre a doença, que aumenta cada vez mais no Brasil. Diante desse cenário, a saúde mental pode ficar comprometida, causando estresse e ansiedade. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou orientações para manter o bem-estar durante a pandemia.

É crucial se manter informado, principalmente sobre os avanços da doença, formas de prevenção, orientações das autoridades e cancelamento de eventos e atividades. No entanto, não há necessidade de manter um fluxo intenso de informações, já que o excesso de notícias negativas apenas aumenta a preocupação. Outro cuidado muito importante é verificar a veracidade das informações antes de repassá-las em redes sociais e grupos de Whatsapp. Muitos acreditam nas fake News, e podem acabar se prevenindo de maneira incorreta, submetendo-se à infecção e colocando ainda familiares, amigos e colegas de trabalho em risco.

Outra atitude essencial é conversar com crianças e adolescentes sobre a importância de seguir as recomendações de higiene e prevenção à risca. Esclarecer o que está acontecendo e sanar dúvidas é dever dos pais e responsáveis. Muitos podem ficar com medo, ou não compreender a situação, gerando pânico. A orientação é importante principalmente nos casos em que há cancelamento de aulas, já que o cotidiano da criança fica comprometido e abre espaço para dúvidas. Além disso, é preciso incentivar a criança a compartilhar sentimentos negativos, como medo ou tristeza, pois reprimir a preocupação pode causar danos ao bem-estar dos pequenos. O ideal é incentivar atividades criativas, que distraiam e estimulem a criança a pensar em outros temas.

Idosos também merecem atenção: são o grupo que mais gera preocupação, por apresentar a maior taxa de letalidade. Portanto, é preciso orientá-los com paciência sobre as formas de prevenção, ajuda-los a entender o que é o vírus e buscar reduzir a exposição ao máximo, para preservar a saúde e diminuir os riscos de infecção.

É preciso considerar também a possibilidade de cenários extremos, como o isolamento físico. Abrir mão da rotina e ficar preso em casa pode ser difícil, e trazer alguns impactos para o bem-estar. A recomendação é buscar manter hábitos saudáveis e distrair a mente, seguindo as recomendações do médico. Exercitar-se, manter uma alimentação equilibrada e dedicar tempo a atividades de lazer são boas práticas diante de um momento tão frágil. A comunicação com familiares e amigos pode e deve ser mantida por meio da tecnologia, mantendo-se informado sobre o estado de saúde das pessoas queridas.

De uma forma geral, é essencial manter a calma. A situação pode ser muito estressante, mas as atitudes tomadas agora vão influenciar consideravelmente no futuro. Cuidando da saúde mental, ficamos mais preparados para lidar com esse problema e superar as dificuldades com confiança.

*Ângela Mathylde – Psicopedagoga e psicanalista

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