sexta-feira, outubro 18, 2024
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O sabor amargo do sódio

 

Provavelmente você não tem consciência da quantidade de sódio que está presente na sua dieta e nas implicações que isso pode trazer para a saúde. A maioria dos brasileiros ingere diariamente mais que o dobro da quantidade de sal necessária para a manutenção do organismo, que é de 5g ao dia – o correspondente a uma colher de chá de sal distribuídos em todas as refeições.

 

A ingestão de sódio é importante na dieta. Ele tem diversas funções no organismo, como a regulação hídrica e o estímulo cerebral. O sódio também é essencial para manter o bom funcionamento do coração e dos músculos. No entanto, se consumido em excesso, ele pode se transformar em um grande vilão.

 

Os rins, de forma natural, trabalham para manter a quantidade necessária de sódio no nosso corpo. Quanto mais sódio ingerimos, maior é a nossa retenção de líquidos. No caso de uma redução no consumo, os rins fazem a retenção do sódio e da água no organismo. No contrário, quando o consumo está elevado, os rins eliminam sódio e água.

O problema é que, com a exposição constante dos rins a elevadas concentrações de sódio, eles se adaptam a essa realidade e passam a elevar a retenção dos níveis de sódio e água. Isso pode levar a complicações graves, como o aumento da pressão arterial e o consequente aumento do trabalho do coração, nossa bomba biológica.

Esse mineral está normalmente presente nos alimentos e, em especial, no sal de cozinha. As principais fontes de sódio são os alimentos processados como pães, pizzas, queijos, biscoitos, bolos, sopas, fast foods, embutidos, condimentos, vegetais enlatados, refrigerantes, doces e sucos prontos. O sódio também está presente em conservantes, adoçantes, fermentos e realçadores de sabor.

 

Mas o sódio não está só em produtos industrializados. Ele também está presente em praticamente todos os alimentos em seu estado natural, como é o caso de carnes, peixes, ovos e arroz. Por isso, é importante evitar os alimentos processados, optando sempre que possível pelos alimentos frescos.

 

Reduzir o sal na comida, porém, não significa comer os alimentos sem tempero. O sabor dos alimentos preparados em casa pode ser realçado por temperos como alho, cebola e cheiro verde. Então, o ideal é caprichar nas ervas e utilizar a menor quantidade possível de sal durante o preparo.
Outra dica importante para a redução da ingestão de sódio no dia-a-dia é ler sempre o rótulo dos alimentos antes de comprá-los. A quantidade de referência deve ficar menor que a proporção 1:2, ou seja, a cada 100 g, o alimento deve ter no máximo 200 mg de sódio. Quanto mais longe dessa proporção, pior. Os produtos que tiveram a proporção acima de 1:10, que equivale a 1.000 mg de sódio a cada 100 g, tem um altíssimo teor de sódio.

 

E lembre-se: o paladar para alimentos salgados é adquirido, portanto, você pode reeducá-lo. Reduza a ingestão de sal gradualmente. Retire o saleiro da mesa e aproveite as refeições.
* Adriano Basques é farmacêutico bioquímico, gerente técnico do Laboratório Lustosa

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