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Gravidez em tempos de coronavírus

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A gestação é a fase mais intensa da vida para muitas mulheres. As dúvidas, incertezas, preocupações e ansiedade fazem parte da rotina durante os nove meses. A pandemia do novo coronavírus aumentou assustadoramente os questionamentos e angústias. Embora já tenha sido divulgado o grupo de risco com idosos e pessoas com baixa imunidade, alerta-se sobre a reação entre as gestantes, já que a gestação diminui a imunidade materna.

 

Alguns estudos já confirmaram que grávidas não estão mais suscetíveis ao contágio que as demais pessoas, mas, podem ser infectadas como quaisquer outras. Conforme pesquisa publicada pela The Lancet, não ocorre transmissão vertical durante a gestação. Os médicos acreditam que um recém-nascido na Inglaterra, diagnosticado com a Covid-19, teve a transmissão viral feita durante o parto (e não durante a gestação), porque a mãe estava com suspeitas da doença, sendo comprovado posteriormente.

 

Um relatório chinês sobre quatro mulheres com infecção por coronavírus, quando deram à luz, não encontrou evidências da infecção nos bebês. A opinião de especialistas é que é improvável o feto ser exposto. Também consideram improvável que, se uma gestante tem o vírus, causará anormalidades na criança.

 

A amamentação é outra questão importante. Alguns estudos já mostraram que o leite materno não apresenta risco de contágio para o bebê, uma vez que o vírus não é transmitido por ele. Contudo, a prevenção é mais que necessária, usando máscaras de proteção e higienizando as mãos e os seios, antes e depois da mamada para minimizar a exposição viral adicional ao bebê. Caso a mãe não se sinta à vontade para amamentar diretamente, pode extrair o leite manualmente ou com bombas de extração láctea, sempre priorizando a higienização.

 

Ainda não há números concretos de mulheres grávidas atingidas pela Covid-19, mas sabe-se que nelas, os sintomas não se diferenciam e, em algumas, podem até, não se manifestar. A diferença para gestantes está no cuidado redobrado. Caso tenham algum sintoma gripal leve, a recomendação é ficar em casa de 7 a 14 dias. O médico que acompanha a gestação deve sempre ser informado da situação para orientar adequadamente a necessidade do comparecimento ao hospital.

 

A pandemia é real e, para combatê-la, é necessário seguir as recomendações de higienização. Ficar em casa e evitar aglomerações são uma das medidas mais eficazes para diminuir os contágios. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) está atualizando de forma rápida os assuntos relacionados ao coronavírus, especialmente aqueles com potencial repercussão na saúde feminina e gestantes. A Febrasgo reforça o compromisso que tem com a defesa da vida e luta pela saúde.

* Agnaldo Lopes é presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

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