Exposição. Essa talvez seja uma palavra muito ouvida nos últimos anos, devido ao “boom” das redes sociais. Porém, na contramão dessa onda, existem pessoas que se escondem, se encobrem, disfarçam, tentam esconder aquilo que realmente estão sentindo. Como não existe um estudo conclusivo sobre a alexitimia, muitos estudiosos atribuem a trauma cerebral, a defeitos na formação neurológica ou a influências socioculturais.
Por mais que haja uma causa fisiológica, o fator do ambiente onde a pessoa está inserida sempre deve ser levado em consideração. Afinal, as influências socioculturais são as principais fontes de formação do caráter, da personalidade e da vida, principalmente durante o período de formação cognitiva e de desenvolvimento de habilidades sociais.
Isso nos leva a crer que, para além de um problema anatômico ou de arquitetura cerebral, existe uma habilidade comportamental não aprendida ou que foi bloqueada por algum acontecimento traumático. Algumas outras questões também agravam o quadro. Perfeccionismo, medo de rejeição, medo de entrar em conflito, achar que o outro tem sempre a obrigação de saber o que se passa, ter a sensação de que tudo sempre vai dar errado, ser pessimista e, como não poderia deixar de ser, ter baixa autoestima.
Onde ficam as emoções
As áreas do cérebro relacionadas às emoções, expressões e sentimentos são o tronco cerebral, a área pré-frontal, o sistema límbico, o tálamo e o hipotálamo. Mas, qual a importância disso? Estudar essas áreas do cérebro para o desenvolvimento de terapias mais assertivas é fundamental, uma vez que existe, para muitas pessoas, um abismo entre o que se sente e que se expressa. Emoções são inerentes ao ser humano e, por isso, é imprescindível procurar soluções para analisar os caminhos que geraram tais sentimentos e como lidar com eles.
Alexitimia pode e deve ser tratada com acompanhamento psicológico, evitando danos à vida social, afetiva e profissional. A mudança começa de forma gradual e pode ser feita através de pequenos gestos: falar o que sente, sem agredir; posicionar-se sempre que necessário, não deixando que outros façam as escolhas por você; e sempre esclarecer situações confusas, sem deixar para depois. Confie que tudo dará certo e siga com o acompanhamento profissional para que o tratamento seja um sucesso!
* Gislaine Soares é psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e Neurometria