Com o objetivo de identificar em tempo oportuno as crianças suscetíveis a apresentar alterações auditivas e promover o acesso dos estudantes aos serviços da Atenção Primária à Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Conselho Regional de Fonoaudiologia 6ª Região e Université Clermont Auvergne (UCA), da França, elaborou uma Cartilha de Saúde Auditiva no Ambiente Escolar.
Dividida em três capítulos, a cartilha fornece todo o encaminhamento de como identificar crianças com risco de perda auditiva. O diagnóstico é feito por meio do Instrumento de Triagem Auditiva Infantil (ITAI), que faz parte da cartilha. Trata-se de um formulário idealizado, desenvolvido e validado como parte de um projeto de cooperação internacional entre o Departamento de Fonoaudiologia da UFMG e o Laboratório de Biofísica da UCA, na França.
“O ITAI é composto por três formulários com questões sobre desenvolvimento da audição e linguagem das crianças entre 12 a 18 meses; 19 a 36 meses e 37 a 48 meses. Tais formulários são divididos em dois eixos: o eixo I é definido como uma entrevista ao paciente ou/responsáveis. Já o eixo II está relacionado aos marcos do desenvolvimento infantil de acordo com as faixas etárias envolvidas”, explica Joseane Mariluz Martins de Carvalho, referência técnica de Promoção à Saúde, da SES-MG.
A referência técnica de saúde auditiva da SES-MG, Ana Carolina de Araújo Leite, complementa ainda que “o ITAI é sensível suficiente para triar crianças com possíveis perdas auditivas, que pode ser temporária ou permanente. Os profissionais da atenção primária à saúde irão saber identificar/tratar ou encaminhar devidamente essas crianças, minimizando ao máximo as falhas que impedem o desenvolvimento infantil adequado”, enfatiza.
Encaminhamento – Após ser identificada como uma criança com risco para perda auditiva, a mesma deverá ser encaminhada para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. “Profissionais da Educação e da Saúde deverão sempre estar articulados intersetorialmente e definir o fluxo e melhor estratégia de encaminhamento entre escola e UBS, de acordo com a realidade regional”, aponta Joseane. A UBS fará atendimento multiprofissional e, caso a equipe observe necessidade, encaminhará a criança para a devida avaliação na rede assistencial especializada de sua região de saúde.
Após a avaliação, a equipe compartilhará a situação da criança com a escola, de modo que ambas se responsabilizem pelo cuidado. “As ações de saúde na escola contribuem para o acesso da população aos serviços de saúde, o qual requer estratégias e modos operacionais sensíveis aos modos de vida das comunidades, de forma a significar serviços e ações articuladas com o cotidiano dos grupos e coletividades”, finaliza Joseane Mariluz Martins de Carvalho, referência técnica de Promoção à Saúde, da SES-MG.
O material está disponível online e foi elaborado com um meio um meio de sensibilizar os profissionais da saúde e da educação para a importância da saúde auditiva, a fim de possibilitar o pleno desenvolvimento da criança.
* Com Paula Gargiulo (SES)