O mês de setembro, no calendário da saúde, ganhou a cor dourada para alertar sobre a importância do combate ao câncer infanto-juvenil. Cerca de 3 em cada 100 casos de câncer no mundo acometem crianças e jovens entre 0 a 15 anos. Embora seja raro entre pessoas dessa idade, o câncer é a principal causa de morte por doença na população de 0 a 18 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados por ano no Brasil.
De acordo com a assessora em genômica e genética do Laboratório Lustosa, Fernanda Soardi, os tipos de cânceres mais frequentes durante a infância são os do sangue (leucemia e linfoma), tumores do sistema nervoso central, neuroblastoma, retinoblastoma, sarcoma e tumor de Wilms (rins). “O câncer infantil possui características próprias. Em linhas gerais, algumas células sofrem alteração no seu material genético e não amadurecem, proliferando-se de forma rápida e desordenada. Por esse motivo, a evolução da doença pode ser mais rápida em crianças, mas, ao mesmo tempo, os medicamentos para impedir a multiplicação celular descontrolada atuam melhor, o que aumenta a chance de cura”, explica.
Fernanda destaca ainda que, como em todo câncer, no infantiojuvenil também há alteração do DNA das células, contudo, na maior parte das vezes não é uma mutação herdada dos pais. “Diferentemente dos adultos, o câncer infantojuvenil não é causado por fatores externos do meio ambiente ou maus hábitos. Portanto, o diagnóstico nos primeiros estágios é a melhor forma de combate-la e aumentar significantemente as chances de cura”, completa.
O diagnóstico precoce, assim como no câncer em adultos, é um importante aliado para o tratamento e a cura. “O acompanhamento médico regular e a realização dos exames de rotina são importantes, mas os pais e adultos devem estar atentos para alguns sintomas e sinais que podem indicar alterações importantes. Se houver, devem ser relatadas ao pediatra o quanto antes. Além dos exames de rotina, hoje dispomos de modernos exames laboratoriais que investigam as alterações genéticas nas próprias células ou que são úteis na definição do melhor tratamento”, ressalta a especialista.
Fernanda enfatiza que quando diagnosticados nos primeiros estágios e tratados em centros especializados, cerca de 70% a 80% dos pacientes infantis ficam curados. “O sucesso do tratamento vai depender do grau de evolução da doença, do tipo de tumor e da idade da criança, mas de modo geral os pacientes infantis costumam apresentar boas respostas aos tratamentos. Atualmente, com a diminuição da toxicidade da quimioterapia e medicamentos com efeitos colaterais reduzidos, podemos ter menor sofrimento do paciente e maior chance de sucesso”, finaliza.
SINAIS DE ALERTA
No mês de conscientização sobre o câncer infantil, fique atento a alguns sintomas que, se observados na criança, devem ser informados ao pediatra na consulta de rotina. Muitos dos sintomas são semelhantes aos de várias doenças infantis comuns, mas, se eles não desaparecerem em um prazo de 7 a 10 dias, é preciso voltar ao médico e buscar obter um diagnóstico mais detalhado, se preciso for, com exames laboratoriais ou radiológicos.
Os principais sinais e sintomas da doença são:
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- – Dores de cabeça pela manhã e vômitos;
– Caroços no pescoço, nas axilas e na virilha, ínguas que não se resolvem;
– Dores nas pernas que não passam e atrapalham as atividades das crianças;
– Manchas arroxeadas na pele, como hematomas ou pintinhas vermelhas;
– Aumento de tamanho de barriga;
– Brilho branco em um ou nos dois olhos quando a criança sai em fotografias com flash.
Fontes: Laboratório Lustosa e GRAAC