quinta-feira, novembro 21, 2024
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Fevereiro roxo e doenças reumáticas

Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul. Algumas campanhas para conscientização nacional sobre doenças se tornaram importantes canais de informação para a população, incentivando a busca pela medicina e ajudando as pessoas a identificarem preventivamente os sinais de problemas na saúde. A campanha Fevereiro Roxo também tem essa proposta, focando na conscientização sobre lúpus, fibromialgia e o mal de alzheimer. A ação é extremamente importante, uma vez que as doenças, principalmente as reumáticas, são muito desconhecidas.

 

Primeiro, é importante explicar que as doenças reumáticas comprometem os ossos, articulações (“juntas”), cartilagens, músculos, tendões e ligamentos, afetando também alguns órgãos, como rins, coração, pulmão, olhos, intestino e, até mesmo, a pele. Muitos acreditam que o reumatismo é uma doença específica, quando na verdade, envolve várias delas, como o lúpus e a fibromialgia. Ambas ainda não são discutidas e reconhecidas, provocando alguns problemas para quem convive com os transtornos. É importante conhecer essas patologias e seus sintomas.

 

O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória autoimune, que atinge diversos órgãos e tecidos, como a pele, articulações, rins e cérebro. Ainda se manifesta de várias formas e os principais tipos são o cutâneo, caracterizado por apenas manchas na pele, principalmente nas áreas expostas à luz solar, como o rosto e o colo, e o sistêmico, com um ou mais órgãos internos afetados.

 

Os sintomas variam conforme o tipo da doença e a parte do corpo comprometida, porém alguns costumam aparecer com frequência como a fadiga, febre, dor nas articulações, lesões na pele, desânimo, febre baixa e o “rash” cutâneo (vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas). A causa é desconhecida, mas alguns motivos podem estar associados, como exposição à luz solar, infecções e fatores genéticos.

 

A fibromialgia, por sua vez, é caracterizada por uma dor crônica no corpo, especialmente em tendões e articulações. A doença provoca fadiga, sono não reparador com a pessoa dormindo e acordando cansada, apresentando alterações intestinais e de memória e atenção, ansiedade e depressão.

 

Assim como no lúpus, ainda não é possível determinar a causa, podendo ter como vínculo a tensão e o estresse.

 

Os amigos, familiares e colegas de trabalho das pessoas afetadas com essas doenças devem ter muita paciência e procurar entender as dificuldades. Tratam-se de problemas incapacitantes, pois os sintomas geram grandes transtornos. O cotidiano fica comprometido e outros transtornos podem ser desenvolvidos, como depressão e ansiedade. O Fevereiro Roxo ajuda a identificar os possíveis sintomas e também a compreender cada vez mais a dor do próximo, entendendo melhor as implicações da doença.

 

* Viviane Angelina – Presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia

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