As doenças reumáticas, popularmente conhecidas como reumatismo, provocam dores, muitas vezes intensas, acometendo o sistema locomotor, ou seja, as articulações, ligamentos, cartilagens, tendões e músculos. O problema ainda pode atingir outros órgãos, como o pulmão, coração, rins, olho e pele. Um levantamento do Ministério da Saúde revelou que, pelo menos, 12 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de doença reumática, ou seja, cerca de 5% da população. O estudo envolveu apenas os diagnósticos confirmados.
Algumas doenças reumáticas são de difícil diagnóstico e, muitas vezes, confundidas com outras patologias, como no caso da artrite que, em diversos casos, acaba sendo atribuída erroneamente a doenças psicológicas. A estimativa é que, além dos casos confirmados, existe um número expressivo de pessoas esperando ou em busca de um diagnóstico.
As enfermidades limitam as atividades profissionais e cotidianas, sobrecarregando, significativamente, o sistema previdenciário, considerada a 2ª maior causa de auxílio-doença (afastamento prorrogado) e o 4º lugar nas justificativas de aposentadoria por invalidez.
Atualmente, já são mais de cem tipos de patologias agrupadas sob a designação de “reumatismo” que podem acometer qualquer pessoa: crianças, jovens, adultos ou idosos. A crença que apenas as pessoas com idade mais avançada desenvolvem esse tipo de patologia é um mito e contribui para o atraso no diagnóstico e tratamento. A realidade não exclui a interferência de fatores genéticos, contribuindo para o desenvolvimento ou agravamento das doenças.
Apesar de serem patologias sem cura, podem ser controladas com um tratamento adequado, conforme o quadro de saúde de cada pessoa. O tratamento consiste em remédios para dor, fisioterapia e, dependendo do caso, também é recomendada a perda de peso e o fortalecimento da musculatura em torno da junta acometida. A prática regular de atividade física moderada ajuda contra a osteoartrite, prevenindo a sobrecarga articular e a obesidade.
O diagnostico é feito por um médico reumatologista, baseado no histórico clínico, exame físico e exames complementares, como radiografias ou ressonância magnética. O s primeiros sintomas são facilmente identificados pela própria pessoa, pois, normalmente, começam com dores, e com a progressão do caso podem ocorrer maiores dificuldades para a execução, até mesmo provocando maiores dificuldades para execução, até mesmo, de movimentos comuns do cotidiano. O inchaço e a rigidez nas juntas, principalmente na parte da manhã, manchas na pele, edema, calor e vermelhidão nas articulações, também são fortes sinais.
Infelizmente, as doenças reumáticas ainda são motivos de muitas dúvidas por não serem amplamente divulgadas como deveriam, levando parte da população a sofrer por anos sem um diagnóstico correto, aumentando o sofrimento e o desgaste do corpo. É importante falar sobre essas patologias e, principalmente, destacar os sintomas, pois, quanto antes diagnosticadas, melhor será o tratamento e menores as chances de acometimento de outros órgãos e deformidades físicas.
* Viviane Angelina é presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia